Estou animado com o próximo jogo do Mario em 3D como todo mundo, né? Mario Odyssey é um dos meus jogos favoritos de todos os tempos, mas foi lançado em 2017! Me formei, casei e criei três novos blogs nesse tempo. O novo jogo será apenas Odyssey 2, com novos reinos e a mesma mecânica de captura? Será que Super Mario Bros. Wonder mudará para sempre a forma como um jogo Mario é feito? Veremos uma mudança gráfica completa na franquia?

Nos últimos dias, voltei a 2021 para jogar o que é, provavelmente, a pista mais confiável sobre o futuro da série que podemos ter (e como eu não tinha um Switch antes, estou me atualizando de qualquer forma). Bowser's Fury é o "conteúdo extra" do port de Super Mario 3D World para Nintendo Switch e não poderia ser mais diferente da aventura original: um jogo de plataforma pequeno, independente e de estruturas experimentais com um foco na campanha single-player.

Somos apresentados ao Lake Lapcat, um enorme arquipélago de pequenas ilhas, todas inspiradas e povoadas por gatos — a casa dos Giga Bells, versões gigantescas do sininho que transforma Mario em gato, que estão descansando em algumas das ilhas. E, claro, uma versão sombria do nosso maior inimigo: Fury Bowser, já que o Rei Koopa foi possuído por uma gosma negra que está poluindo a água. Sem esperança de salvar seu pai sozinho, Bowser Jr. pede ajuda a Mario para coletar as Cat Shines para usar seu poder para salvar Bowser.

Lake Lapcat

Quando comecei a jogar Bowser's Fury, fiquei um pouco confuso sobre como as fases eram organizadas. Não havia níveis lineares como em 3D World, e não era exatamente o conceito sandbox de Mario 64. Aqui temos um grande mapa com pequenos núcleos de desafios com mecânicas e temas semelhantes. É como se você pegasse um mundo inteiro em Super Mario Galaxy, os costurasse em um mapa único e espalhasse algumas luas de Mario Odyssey entre eles. Você pode estar focado em "terminar" um desses núcleos, e então você simplesmente se afasta, pega uns Shines extras pelo caminho e encontra uma nova ilha para jogar.

Nas primeiras 10 Shines eu já era fã dessa nova ideia. Para mim, ela resolve muitos problemas de outros jogos. Não gostei muito de Galaxy porque, embora tivesse cenários e planetas incríveis, era muito linear e não tinha muito espaço para exploração. E mesmo que eu ame Odyssey, muitas luas estão simplesmente... lá. Não há quebra-cabeças legais ou desafios de plataforma, você apenas vê uma poeira amarela, dá uma bundada no chão e pronto. Com esse novo conceito, Bowser's Fury consegue criar um mapa sempre interessante, com cenários bacanas que também podem ser explorados de diferentes maneiras.

E se essas ilhas são as engrenagens do jogo, conectadas perfeitamente para formar uma transição perfeita de desafios de plataforma, Fury Bowser é o motor da máquina. Eles poderiam ter apenas feito um mapa grande e se darem por satisfeitos, mas os ataques constantes do rei possuído criam uma sensação de unidade e grandeza para a busca. É uma explicação constante do motivo pelo qual você está coletando as Shines e explorando o Lake Lapcat. Bowser também é uma grande mudança mecânica para o ritmo: eu mudava constantemente minha posição no mapa ou a maneira como jogava quando ele estava acordado.

Fury Bowser

Uma coisa que eu não esperava de toda essa ideia é o quão convidativa é a progressão do jogo. Partes do lago se revelam com um bom ritmo, sempre quando você já provavelmente concluiu a maior parte do que já estava disponível antes. Depois de concluir a história base, com as atualizações de mapas que você obtém – mostrando onde estão as Shines restantes e permitindo que você viaje rapidamente no lago – é bem menos frustrante descobrir o que ainda há para jogar. Nunca terminei um “mundo” de Mario na primeira tacada, mas não consegui parar de jogar Bowser’s Fury até fazer 100%.

Posso ver completamente o novo jogo do Mario em 3D seguindo os passos de Bowser's Fury. Dá pra mim uns cinco ou seis “mundos” como este, com temas diferentes e “grandes problemas” para resolver e eu serei um fã muito feliz. Adoro como alguns jogos da franquia (como TTYD ou mesmo Odyssey) usam narrativas diferentes em cada um de seus capítulos, e acho que essa forma baseada em núcleos de organizar os itens colecionáveis seria uma ótima maneira de alcançar isso.

Bowser's Fury como jogo por si só não é perfeito. Usar a engine de 3D World não foi a melhor decisão para mim, e o sistema clássico de power-ups acabou sendo chato demais pra gerenciar. A distribuição desta curta aventura também é um problema pelo seu preço, especialmente se você já jogou o jogo original no Wii U. Mas não consigo parar de elogiar Bowser's Fury como um modelo para títulos do Mario no futuro. Embora possa parecer estranho no início, esta nova forma de apresentar o jogo foi mais convidativa, interessante e intrigante até do que os reinos de Odyssey ou os planetas de Galaxy. Não consigo saber o futuro com certeza (e não tenho um tio que trabalhe na Nintendo), mas só posso esperar que o futuro do encanador italiano possa aprender mais com sua ilha de gatinhos.