Se há uma pergunta que a humanidade tenta responder desde o princípio, é "Dá pra rodar DOOM?". Quando as pessoas não conseguem responder a esta pergunta, partem de uma mais simples: "De onde viemos?" Como o universo começou, como surgiu a vida, qual foi o primeiro passo? Todo mundo acredita em uma teoria diferente, mas The Lullaby of Life nos diz que tudo começou... com uma partícula e uma onda sonora. Não sou inteligente o suficiente para provar sua veracidade, mas posso dizer como essa teoria se transformou em um lindo e divertido jogo de quebra-cabeças.

Não há nenhum plano de fundo complexo no jogo criado pela equipe mexicana da 1 Simple Game: você é literalmente uma partícula no que parece ser a sopa primordial que deu origem à vida na Terra há bilhões de anos atrás. Mas, em vez de ser apenas um conjunto de átomos vivendo no universo, você rapidamente conquista o poder especial de produzir ondas sonoras, que são mapeadas em 3 botões diferentes no seu controle (ou teclado) e 3 símbolos diferentes no seu "corpo".

Você também começa a fazer amizade com partículas menores que só podem produzir um único som, mas podem seguir você para desbravar o desconhecido se as ajudar. Cada som tem um símbolo único anexado a ele, o que é ótimo para legibilidade e acessibilidade.

The Lullaby of Life

Embora o jogo se venda como um “jogo musical”, acho que faz mais sentido falar sobre The Lullaby of Life como um jogo de puzzle sobre ondas sonoras. Sim, cada nota que você produz usando as partículas cria algo melódico, mas você estará sempre mais focado em ver como as ondas estão se propagando do que na música em si. Cada nível é uma espécie de labirinto, onde seu objetivo principal é despertar completamente uma "criatura" chamada de ancião adormecido. De uma forma ou de outra, todos os obstáculos podem ser resolvidos ou superados usando os sons que você tem à sua disposição na ordem mostrada na tela.

Por exemplo, um puzzle comum em The Lullaby of Life é encontrar uma passagem fechada que pede um som diferente dos três padrões que você tem em sua partícula. Você precisa então navegar pelo nível, encontrar um companheiro e usar os sons indicados por seus símbolos para despertá-lo. Nesse momento, ele te segue, e você pode usar o quarto botão do joystick para usar o som deles e abrir a passagem. Esta mecânica simples de chave-e-fechadura é a base de toda o gameplay e fica mais complexa e profunda em níveis posteriores.

The Lullaby of Life

Embora o conceito pareça muito primitivo (heh), a forma como o jogo o utiliza como uma base para mostrar novas mecânicas e construir complexidade a partir da combinação desses fatores é muito legal de experimentar. Logo no início, por exemplo, você pode encontrar alguns objetos que parecem cordas de violão que podem ser usados ​​para ressoar notas em locais inacessíveis. Essa ideia é muito utilizada desde então, e sempre sob uma perspectiva diferente e interessante, assim como muitos outros conceitos introduzidos durante as fases.

Adorei como visualmente The Lullaby of Life vai totalmente para o abstrato em vez de tentar ser científico e inspirado pela química. Especialmente quando olho para o início do universo pelas lentes de uma partícula cantante, eu quero ver um mundo florescendo em diferentes cores, formas e olhos. Se o universo é infinito (pelo menos em potencial), representá-lo como um lugar estranho e diferente é o melhor caminho a seguir para mim.

Exceto por uma pequena parte no meio do jogo (quando ele vira uma sequência de ação sem motivo), The Lullaby of Life cria uma experiência relaxante e interessante a partir de um conceito que poderia facilmente ser chato ou repetitivo. É claro que a complexidade geral dos quebra-cabeças não é tão grande — os especialistas em puzzle certamente acharão o jogo muito fácil —, mas os desenvolvedores encontraram um bom equilíbrio entre um desafio que é relaxante sem se tornar frustrante ou monótono. Provavelmente não foi assim que a vida surgiu, mas seguir as ondas sonoras daqueles labirintos abstratos foi uma experiência muito legal.

O time de desenvolvimento me enviou uma cópia do jogo para que eu pudesse conhecê-lo e escrever esse texto. Obrigado pela confiança!